Lembras-te da primeira carta que te escrevi? Eu lembro! Lembro-me de a
ler e reler num banco de jardim para ter a certeza que tudo o que sentia
era dito em palavras escritas. Lembro-me que depois dessa vieram
outras, que eu li e reli e que juntas escrevem uma bonita história.
Sempre tive dificuldade nas palavras ditas, mas palavras escritas sempre
fluíram, como se uma pena ao sabor do vento se tratasse. Palavras,
palavras... Agora, tenho sempre tanta coisa para dizer e tão pouca para
escrever. Ás vezes apetece-me escrever, escrever, escrever, mas não
consigo decidir, escrever o quê? Sempre que me apetece escrever penso em
ti, penso em ti porque tu sempre disseste "Tens de escrever um livro!".
Quando penso no livro penso sempre na primeira folha, a dedicatória:
"Ao MEU AMOR que foi o primeiro a acreditar neste livro". Mas continuo sem
saber o que escrever... Talvez esteja quase, talvez esta carta seja o
mote para começar. Talvez já saiba que o primeiro livro será
inevitavelmente para crianças, talvez saiba que tu serás o primeiro a
lê-lo , talvez saiba que amanhã poderei começar a escrevê-lo.
Sabes
há um velho lema de vida que diz que há três coisas que temos de fazer
na vida, para nos sentirmos realizados: plantar uma árvore, ter um filho
e escrever um livro ( por esta ordem). Eu penso sempre neste lema ao
contrário: começarei por escrever um livro, depois plantarei uma árvore e
por fim talvez tenha um filho.
Gostaria tanto de ser escritora como
gosto de ensinar. acho apaixonante poder passar alguns dias a
dedicar-me só a ler e a escrever, falta encontrar aquele mote para
seguir em frente.
Porque
me apetece muito escrever, mas ainda não sei muito bem o quê decidi
escrever-te para te dizer obrigado por acreditares sempre em mim, mais
talvez que eu própria acredito.
Tenho saudades e gosto tanto de ti
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